FONTE: CFESS
Protestos em todo o Brasil vão ocorrer no sábado (19 de junho). E o Serviço Social marca presença!
Artes: Rafael Werkema/CFESS
No próximo dia 19 de junho, centrais sindicais e movimentos sociais e populares convocam mais uma vez a população brasileira às ruas, para uma nova manifestação pelo “Fora Bolsonaro”, impulsionados pelos expressivos atos que fecharam o mês de maio.
Previstos para ocorrer em todas as capitais do país, os atos presenciais devem seguir as recomendações e cuidados sanitários: distanciamento, uso de máscaras, álcool em gel e não compartilhamento de objetos.
Nós, assistentes sociais, há mais de 4 décadas, optamos por defender um projeto profissional vinculado ao processo de construção de uma nova ordem societária, sem dominação, exploração de classe, etnia e gênero.
“Somos assistentes sociais”, “somos classe trabalhadora”, “nossa escolha é a resistência” são alguns dos chamados que a categoria vem entoando ao longo dos últimos anos, numa conjuntura em que a desigualdade social se aprofunda, direitos sociais e trabalhistas são retirados e vidas são sacrificadas.
O Brasil está perto da terrível marca de 500 mil mortes e somente 10% da população foi vacinada com as duas doses contra a Covid-19. O auxílio emergencial é nitidamente insuficiente; não à toa, os protestos têm tido como chamadas gerais a luta pela “vida, pão, vacina e educação”.
Nós, assistentes sociais, ao longo da história do Serviço Social, sempre nos posicionamos em momentos cruciais da história do Brasil (contra a ditadura militar, pelas Diretas Já, dentre outros). Nosso Código de Ética Profissional aponta como horizonte a defesa das condições de vida digna e a articulação com os movimentos de outras categorias profissionais que partilhem dos princípios ético-políticos, e com a luta geral da classe trabalhadora.
A liberdade é um valor ético central para a profissão (autonomia, emancipação e plena expansão dos indivíduos sociais), mas que segue sendo ameaçado no atual cenário político, por diferentes tipos de repressões, sejam institucionais, sejam as mais explícitas, como a que ocorreu em 29 de maio no Recife (PE).
Somos a favor da equidade e justiça social, que assegurem universalidade de acesso aos bens e serviços relativos aos programas de políticas sociais, mas que ficam cada vez mais distantes do nosso horizonte prático, quando o “ajuste fiscal” se faz em detrimento da vida. O desmonte das políticas sociais tem nos levado ao chamado “gerenciamento de caos”, já que tais políticas, cada vez mais descaracterizadas pelo neoliberalismo, não estão sendo capazes de oferecer as respostas públicas ao atendimento das necessidades da população, atingida pela crise econômica, política e pela pandemia. É preciso denunciar que pessoas estão morrendo de fome; que o auxílio emergencial, já distante da renda básica universal que defendemos, foi interrompido e retornou ainda mais insuficiente.
E como garantirmos a qualidade dos serviços prestados, outro princípio ético, se falta investimento, financiamento, condições de trabalho?
Por compromisso ético, temos nos empenhado em combater todas as formas de preconceito, incentivando o respeito à diversidade, à participação de grupos socialmente discriminados e à discussão das diferenças. Mas é nítido que as vítimas da pandemia têm classe, raça e gênero e que os ataques deixam evidente uma política de absoluta violência institucional contra as mulheres, negros e negras, LGBTQ+ etc.
Junto à qualidade dos serviços prestados à população, temos também o dever do aprimoramento intelectual, na perspectiva da competência profissional. Isso significa sustentar o trabalho profissional na razão, na produção das ciências, na leitura da realidade, na perspectiva de totalidade. Por isso, assistentes sociais devem se opor a negacionismos e enfrentar o ataque à ciência e às universidades públicas!
Escolher participar dos protestos em defesa da vida, da vacina, de políticas sociais e dos direitos humanos, tem total sintonia com o projeto profissional. Não ir às ruas para manter o distanciamento social também. Por isso, 19 de junho é dia de luta, seja em casa, nas redes sociais e principalmente nas ruas, para dizer “chega” à omissão de governantes e à política genocida que assola o país.
Conselho Federal de Serviço Social (CFESS)
Gestão Melhor ir à luta com raça e classe em defesa do Serviço Social (2020-2023)
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Conselho Regional de Serviço Social do Maranhão / CRESS-MA
Gestão "Nosso Nome é Resistência" – 2020/2020