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Assistentes Sociais ratificam a responsabilização de todos/as os/as torturadores/as da ditadura brasileira
26 de setembro de 2014
ASCOM CRESS/MA

43EN_Dia05Com o objetivo de reoxigenar a luta da classe a favor da responsabilização dos torturadores/as da ditadura, durante o 43º Encontro de Assistentes Sociais, realizado em Brasília no período de 18 a 21 de setembro, o CFESS lançou uma carta onde expõe que ainda é viva na memória os crimes cometidos no passado e que os mesmos não podem ocorrer no presente ou no futuro.

O documento evidencia que diferente do que ocorreu em outros países da América Latina, o Brasil não puniu os responsáveis pelos crimes de torturas e assassinatos que se instalaram no País. Ao agir dessa maneira, o governo brasileiro não só admite que os criminosos torturadores permaneçam impunes como também contribui para que seja apagado da memória o longo período de terror, barbárie, truculência e desrespeito de prisões arbitrárias e desaparecimentos.

Sob o ponto de vista da impunidade, a carta também ratifica que as conquistas advindas por meio das lutas e resistências continuam violadas por um Estado que se utiliza de mecanismos de segurança que potencializam prisões arbitrárias praticadas por uma polícia cada vez mais militarizada. Soma-se a essa forma de “comando” uma mídia que assume um papel de acusador e sentenciador dos movimentos sociais, dos seus militantes, e da classe trabalhadora, em especial, a negra. Sendo assim, o Estado, abarrotado por interesses econômicos, é um legado da ditadura militar.

Mesa redonda para ponderar sobre a ditadura

A mesa redonda “Serviço Social, Memórias e Resistências contra a Ditadura”, organizada no segundo dia do 43ª Encontro, contou com a participação de cinco Assistentes Sociais que vivenciaram o período da ditadura no país, foram eles: Jorge Krug, Vicente Faleiros, Cândida Magalhães, Joaquina Barata e Rosalina Santa Cruz. Cada um dos profissionais representou uma região do Brasil.

Os depoimentos comoveram e emocionaram os ouvintes, pois, trouxeram as formas de tortura que os palestrantes sofreram e evidenciaram os seus posicionamentos de resistência e luta durante o período truculento.

De acordo com a conselheira do CFESS, Daniela Neves, “Não é mais possível ocultar ou negar os crimes promovidos pelo Estado e por agentes que agiram em seu nome, que construíram essa mácula indelével na nossa história. Queremos resgatar a memória e construir a resistência”.

 Os participantes destacaram que o serviço social, como profissão, foi capaz de resistir às ameaças do regime militar e se reconceituar.

Para a vice-presitente do CFESS, Esther Lemos “A mesa foi fundamental para darmos voz a alguns dos sujeitos que, numa histórica trajetória de lutas sociais, sofreram tortura e lutaram em defesa da liberdade, da justiça social e a revolução. Resgatar essa história é necessário, não só para que não se percam as conquistas frutos dessas muitas lutas e resistências, mas também para a mudança do presente e do futuro”, ressaltou.

Participe do projeto
Se você é assistente social, vivenciou o período da Ditadura Militar (1964-1985) e sofreu violações de direitos em decorrência do momento político do país, veja como participar:
 
Passo 1
Clique aqui e faça o download do formulário de depoimento e denúncia do projeto “Serviço Social, memórias e resistências contra a Ditadura Militar”
Passo 2
Preencha-o respondendo, em até 6 laudas (15 mil caracteres), as seguintes questões:
 
  • Nome completo:
  • Universidade em que estudou:
  • Que tipo(s) de violência(s) sofreu?
  • Como aconteceu? Onde? Quando? (descreva o fato)
  • À época, participava de algum movimento ou partido de resistência? Qual?
  • Chegou a ser preso(a), exilado(a), demitido(a) ou perseguido(a)?
  • Se sim, sob qual alegação?
  • Cumpriu pena? Onde?
  • Você denunciou os fatos e violações ocorridas? Para quem?
  • Buscou a Justiça para ser reparado(a)?
  • Recebe alguma reparação do Estado? Espera receber?
  • Como as violações rebateram em seu cotidiano profissional?
  • Deixe uma mensagem para estudantes de serviço social e assistentes sociais que não vivenciaram o período da Ditadura, abordando a importância de se resgatar a memória da luta contra o Regime Militar.
 
Passo 3
Salve o arquivo e envie para o e-mail memoriaeresistencia@cfess.org.br
 
Passo 4
Se tiver interesse, envie também fotos e outros documentos que registrem o momento histórico que vivenciou.
 
 
FOTO: Diogo Adjuto/CFESS

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