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CFESS inicia nova gestão com live, debates e participação da categoria
16 de maio de 2020
ASCOM CRESS/MA

 

FONTE: CFESS

 

Comemoração do Dia do/a Assistente Social ocorreu pela internet nesta sexta

Montagem com print da imagem das participantes da live do 15 de maio, durante suas falas. A live está disponível nos canais do CFESS no youtube e no facebook.

 

Em tempos de pandemia do novo Coronavírus (Covid-19), a gestão do CFESS “Melhor ir à luta com raça e classe em defesa do Serviço Social” (2020-2023) tomou posse nesta sexta-feira, 15 de maio, de maneira inédita. Por meio de uma transmissão on-line, conhecida como ‘live’, o Dia da/o Assistente Social 2020 foi comemorado com a posse de nova diretoria, debates e participação da categoria. Com transmissão pelos canais do CFESS no Facebook e no Youtube, o evento registrou um total de quase 3 mil participantes.

 

O evento virtual foi dividido em dois blocos: no primeiro, a ex-presidente do CFESS, Josiane Soares (gestão 2017-2020), dividiu a fala com a nova presidente do CFESS, Elizabeth Borges (gestão 2020-2023). Em um segundo momento, o debate com o tema “Crise, pandemia e o trabalho da categoria” foi realizado com a assistente social professora da Uerj Elaine Behring, com a assistente social da saúde, Roseli Rocha, e com a assistente social do Suas e agora conselheira do CFESS, Kelly Melatti. Tudo com a mediação da ex-vice-presidente do CFESS, Daniela Neves.

 

No primeiro bloco, a ex-presidente do CFESS, Josiane Soares, em sua despedida, afirmou que o contexto de pandemia e isolamento social pode ser fundamental para se  acumularem forças e se articularem estratégias de atuação profissional  diante dos novos desafios impostos pelo  novo Coronavírus , mas também frente aos retrocessos que ocorrem já há alguns anos, com graves rebatimentos para as condições de vida e trabalho da categoria e da população.

 

“Esta é uma tarefa que ganha contornos de urgência no cenário atual de pandemia, cujo maior contingente de mortes está nas famílias pretas e pobres deste país, o que se cruza com grande parte da população usuária dos serviços sociais”, explicou Josiane. Ela completou, fazendo uma breve avaliação dos  três anos de gestão e das lutas e avanços conquistados. Destacou a campanha de gestão do triênio, que teve como tema “Assistentes sociais no combate ao racismo”; a realização das eleições em ambiente on-line, que ampliaram e democratizaram a participação da categoria; a elaboração de normativas, publicações e instrumentos para subsidiar o a atuação profissional, como a continuidade dos cadernos “assistente social no combate ao preconceito”; bem como a intensa atividade de articulação nas frentes, fóruns, conselhos e representações em defesa da seguridade social e dos direitos humanos.

 

Para a presidente do CFESS, Elizabeth Borges, o momento é de desafios, mas também de fortalecimento da solidariedade de classe e da atuação profissional, sobretudo no contexto de pandemia enfrentado pela população, com um governo reacionário e sem projeto para o país. “Mas ressaltamos que a nossa categoria, apesar disso, vem demonstrando o compromisso ético com a população que atende, em defesa das condições dignas de trabalho, pelo esforço de superação das limitações colocadas. Seguiremos nessa luta!”, afirmou a presidente.

 

 Ela também falou sobre a superação das barreiras de comunicação que a conjuntura de pandemia impõe. “Iniciamos nossa gestão por meio de uma transmissão online, ferramenta que certamente iremos incorporar para outros momentos. Um de nossos objetivos é promover, para os/as assistentes sociais, ricos debates, atingindo pessoas que possivelmente não estariam nos auditórios dos eventos pelo Brasil afora. Apesar dos tempos duros, nossas metas nunca deixarão de ser audaciosas, pois somos herdeiras de gerações de lutadoras que nos antecederam”, afirmou a nova presidente do Conselho Federal.

 

Elizabeth Borges também enfatizou que as propostas da gestão do CFESS se sustentam na defesa do projeto ético-político do Serviço Social, na defesa da seguridade social ampliada, em articulação com as entidades da categoria (Conjunto CFESS-CRESS, Abepss e Enesso), movimentos sociais e outros conselhos de profissão. “ Assumimos esta entidade, com espírito de unidade nos na luta em defesa da profissão e da classe trabalhadora, na direção de uma sociedade justa e livre!”, conclamou a presidente.

 

Crise, pandemia e o trabalho da categoria

 

O segundo bloco da ‘live’ do Dia da/o Assistente Social trouxe um debate sobre “Crise, pandemia e o trabalho da categoria”. Quem iniciou foi a professora da Uerj Elaine Behring, que ressaltou: “a luta da nossa categoria é e será em defesa dos direitos humanos, pela vida. Nossas organizações profissionais estão nessa direção e assim seguirão”. A professora falou sobre o processo de desfinanciamento das políticas de saúde e assistência social, especialmente após a aprovação da Emenda Constitucional 95, que, no cenário de pandemia, escancarou ainda mais as desigualdades sociais do Brasil.

 

Quem também integrou o debate do segundo bloco foi a assistente social da Fiocruz, Roseli Rocha, que relembrou a importante conquista da Constituição Federal de 1988, que preconizou a saúde como direito de todos/as e dever do Estado. “Infelizmente, vivemos ameaças constantes à sua efetiva implementação e, mais recentemente, o seu desfinanciamento. Daí que, na atual conjuntura, o Serviço Social precisa, coletivamente, manter o compromisso com as populações historicamente discriminadas e desamparadas de seus direitos, já que o presidente da República briga com seus próprios ministros, produzindo fake news e contrariando as recomendações sanitárias dos órgãos de saúde do Brasil e de todo o mundo”, criticou.  E completou: “o quadro de abandono da saúde pública no Brasil só tem se agravado e colocado em risco a vida de milhões de trabalhadores e trabalhadoras, em sua maioria de negros/as oriundos/as das camadas mais empobrecidas da sociedade”.

 

Por sua vez, a conselheira do CFESS e assistente social do Suas na prefeitura de São Paulo, Kelly Melatti, começou a fala relembrando a Carta de Maceió, documento aprovado no Encontro Nacional CFESS-CRESS (2000). “Neste documento, assumimos uma importante concepção de seguridade social ampliada, como dever do Estado e direito da população. Nesse contexto de crise em que vivemos, essa concepção revela ainda mais a sua vigência, pois a proteção dos sujeitos sociais precisa de atenção de vários níveis e esferas”, alertou.

 

Ela também fez críticas sobre como o Estado brasileiro secundarizou a política de assistência social, em um processo de desmonte progressivo dos recursos da seguridade social.  “A desigualdade social brasileira se expressa cruelmente nesse contexto de pandemia. No âmbito da atuação profissional, assistentes sociais precisam lutar frente a irresponsabilidade institucional, que não garante as condições de trabalho e segurança. Não se faz política social sem planejamento. É necessário denunciar as violações de direitos!”, concluiu.

 

Quem não assistiu à ‘live’ do CFESS pode acessar o perfil do Conselho Federal no Youtube (youtube.com/cfessvideos) ou Facebook (facebook.com/cfessoficial) e assistir à gravação completa.

 

 

Clique para conhecer a nova gestão do CFESS

 

 

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