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Assistentes sociais do mundo: uni-vos! Confira como foi a Conferência Mundial de Serviço Social
17 de abril de 2024
ASCOM CRESS/MA

 

FONTE: CFESS

 

 

Evento voltou a ser sediado na América Latina e Caribe após 15 anos. Presença de assistentes sociais do Brasil ampliou visibilidade do Projeto ético-político profissional.

 

card apresenta ilustrações relacionadas à luta da categoria, como o punho fechado e erguido, além de fotos de assistentes sociais que marcaram presença na Conferência Mundial de Serviço Social.

(arte: Rafael Werkema e Karlla Braga – estagiária sob supervisão) 

 

Entre os dias 4 e 7 de abril de 2024, assistentes sociais de mais de 120 países, inclusive do Brasil, participaram da Conferência Mundial de Serviço Social e Desenvolvimento Social, realizada na Cidade do Panamá, capital do país. A edição deste ano apresentou como temática principal o “Respeito pela diversidade por meio de ações sociais conjuntas”. 

 

Realizada a cada dois anos (a última edição presencial havia sido em 2018, por causa da pandemia da Covid-19), a Conferência teve, mais uma vez, a contribuição significativa do Brasil no debate internacional da profissão.

 

Assistentes sociais de diversas regiões do mundo tiveram a oportunidade de compartilhar experiências profissionais, o que destacou a orientação política, técnica e crítica das organizações de Serviço Social do Brasil, considerando as desigualdades sociais e econômicas que são similares às de outros países do Caribe e da América Latina.

 

Assistentes sociais de várias partes do mundo puderam trocar experiências profissionais, o que acabou evidenciando a direção política, técnica e crítica das entidades de Serviço Social do Brasil, tendo em vista as desigualdades sociais e econômicas semelhantes a outros países do Caribe e da América Latina.

 

Para Iara Fraga, assistente social e conselheira do CFESS, foi observado o lugar do Serviço Social brasileiro no mundo, com a defesa das liberdades democráticas e dos direitos humanos, principalmente em relação aos conflitos atuais. 

 

“Os tensionamentos e desigualdades entre os países do Norte e os do Sul ficaram bastante explícitos ao longo da Conferência, mas não deixamos de ecoar nossas vozes de vida-liberdade em defesa do povo haitiano, congolês e palestino. As problemáticas relacionadas às mudanças climáticas e a questão ambiental também estiveram presentes nos pronunciamentos de todos os continentes, afirmando a necessidade dos enfrentamentos junto aos povos, comunidades tradicionais e movimentos sociais”, comentou.

 

A conselheira enfatizou a importância do diálogo com o atual presidente da Federação Internacional de Serviço Social (Fits) Global, Joachim Mumba, o primeiro presidente africano.

 

card que dá continuação ao primeiro, com fotos dos participantes, em que explica sobre a Conferência Mundial

 

Para o coordenador da Comissão de Formação Profissional e Relações Internacionais, Tales Fornazier, ficou nítido o desafio de se avançar no debate das relações étnico-raciais, dos povos originários e do antirracismo em nível mundial.

 

“A participação das entidades representativas do Brasil na Conferência reforça nosso papel crítico nos debates que temos feito nos últimos anos, enraizando a discussão étnico-racial junto à categoria profissional. Nessa direção, os Comitês Antirracistas dos CRESS e do CFESS cumprem um papel decisivo”, completou Tales, que compõe o Comitê Antirracista do CFESS.

A delegação brasileira estabeleceu diálogos e trocas importantes com profissionais de todo o mundo, fortalecendo a concepção teórico-crítica de profissão defendida pela categoria no país, como destacou a conselheira do CFESS Mirla Cisne, que definiu a conferência mundial como um “momento muito rico de compartilhar conhecimentos e experiências entre assistentes sociais de diferentes países”.

 

Na análise da professora Tânia Diniz, que nesta Conferência encerrou seu mandato de representante do Conselho Federal na Fits, como vice-presidenta da organização na região da América Latina e Caribe, os diálogos contribuíram para mostrar o Serviço Social brasileiro ao mundo.

 

Neste terceiro card, é possível ver a representação da delegação brasileira no evento, com fotos de assistentes sociais com a bandeira do Brasil.

 

“A aproximação com as organizações, por meio de suas representações, possibilitou observar, refletir e construir diálogos, ainda que marcados pela diversidade com que a profissão é exercida na região e mundialmente, tendo em vista as diferenças na direção política e conceitual que subsidiam o exercício profissional. Isso não impediu o trabalho coletivo realizado, que foi muito importante, principalmente na referência ao Projeto ético-político profissional brasileiro”, destacou.

 

É importante relembrar que nesse cenário de participação internacional, o CFESS esteve na vice-presidência da Fits na América Latina de 2020 a 2024. Com o fim do mandato Tânia Diniz, assumiu a mexicana Gabriela Rodriguez Vázquez, que deverá somar forças com a presidenta regional Kênia Batista, dando continuidade a um plano de trabalho que propõe o fortalecimento e a incidência política do Serviço Social exercido por profissionais da América Latina e Caribe.

 

“É interessante apontar que essa representação na região, seja da presidência, seja da vice-presidência, vem sendo construída coletivamente, desde o início da segunda década dos anos 2000, com conquistas políticas que abrangem desde o fato de incidir e ter sucesso na proposta que Porto Rico ocupasse um lugar na FITS como país autônomo, à revelia da relação que é estabelecida com os Estados Unidos, até o workshop que ocorreu no Brasil em 2012, para definição do conceito mundial de Serviço Social, e a eleição de uma Presidente Global originária da Região Latino-Americana e Caribenha, Silvana Martinez”, relembrou Tânia. 

 

 

Este quarto card destaca a participação do Brasil na entrega de trabalhos e pesquisas acadêmicas, o que reforçou o protagonismo do país nesse âmbito.

 

Pesquisa e trabalho em nível internacional

 

A Conferência Internacional, além de ser palco para debates pertinentes ao trabalho profissional, também é uma oportunidade de fortalecimento nas dimensões da pesquisa e ensino. Isso porque assistentes sociais puderam enviar trabalhos e pesquisas, compartilhando e trocando experiências e conhecimentos.

 

Dos aproximadamente 1.290 resumos de trabalhos aceitos, o Brasil foi o segundo país com o maior número de submissões (210), ficando atrás somente dos Estados Unidos (243).

 

Para Marilda Iamamoto, pesquisadora e professora aposentada da UERJ, além de palestrante da Conferência, o desafio consiste em um protagonismo organizado e cada vez mais atuante na produção acadêmica e nos intercâmbios internacionais. Assim, é possível continuar a trilhar caminhos na luta pela hegemonia no âmbito do Serviço Social mundial, sob a perspectiva do Projeto ético-político do Serviço Social que temos desenvolvido por três décadas, cuja direção é produtiva e essencial.

 

Aqui, o card contém a foto da indígena e ativista ambiental Alessandra Korap, que realizou a abertura da Conferência.

 

Não à toa, Marilda Iamamoto, referência teórica do Serviço Social no Brasil, fez a palestra de encerramento da Conferência Mundial, reforçando o protagonismo das produções e perspectivas teórico-políticas brasileiras no evento mundial. Em sua fala, Marilda abordou as questões ambientais e étnico-raciais, passando também pela crise humanitária que afeta a Palestina e o Congo, destacando a importância da construção de um Serviço Social crítico e comprometido com os direitos sociais e humanos. 

 

É importante ressaltar a participação inédita do Brasil na abertura da Conferência, representada pela indígena e ativista ambiental Alessandra Korap Munduruku, que realizou uma forte denúncia sobre a devastação ambiental capitalista, especialmente na Amazônia.

 

A ativista do Pará reiterou a luta pela proteção de suas terras, denunciando invasões violentas e o extermínio de povos indígenas. Ela enfatizou a solidariedade entre os povos ameríndios, ecoando o princípio "nada sobre nós, sem nós", conforme declarado pelos povos amazônicos na Carta da Terra de 2023.

 

Card que mostra a foto de Marilda Iamamoto, professora aposentada da UERJ, que realizou o fechamento da Conferência.

 

Ainda durante a assembleia, o CFESS entregou o Código de Ética Trilíngue para as representações dos países presentes, bem como o manifesto trilíngue sobre a luta pela democracia na América Latina e marcadores com links de publicações do CFESS e da Abepss (Diretrizes Curriculares em espanhol).

 

Vale lembrar que o Conjunto CFESS-CRESS, em 2021, teve como tema das comemorações do 15 de maio – Dia da(o) Assistente Social – a “defesa do trabalho pela vida e resistência dos povos originários e comunidades tradicionais”.

 

Neste último card da matéria, apresentamos a foto dos materiais produzidos pelo CFESS entregues a lideranças de outros países.

 

Próximos eventos 

 

A próxima edição da Conferência está prevista para ser realizada em 2026, entre os dias 26 e 29 de junho, com sede em Nairóbi, no Quênia.

 

Antes dela, entretanto, no próximo ano, será realizado o 24º Seminário Latinoamericano da Alaiets, em outubro, na cidade de Santiago, no Chile, tendo como tema central os 100 anos do Serviço Social na América Latina. 

 

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Livro Serviço Social e relações Internacionais

 

Diretrizes Gerais da Abepss para o Curso de Serviço Social

 

Clique aqui e baixe o cartaz do Dia Mundial do Serviço Social 2024!

  

Clique para conhecer o site da Fits.

 

 

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Gestão "Resistir e Esperançar” – 2023/2026

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