Na manhã desta sexta-feira, Lilia Penha, presidente do CRESS participou da mesa “A expansão desenfreada do ensino superior e os rebatimentos na formação profissional: a importância do Estágio supervisionado”. A exposição foi dividida com a assistente social Nádlla Matias de Sousa.
Lilia tratou do estágio supervisionado no contexto de mercantilização do ensino. Durante o debate esclareceu que, enquanto elemento do programa de formação, a oferta de estágio supervisionado deve ser precedida por formação de núcleo de Estágio, elaboração de Política de Estágio contemplando a legislação vigente e debate com os docentes envolvidos e, sempre que possível, com os técnicos no campo. “Supervisão requer que os profissionais tenham carga-horária disponível”, comentou. “As vagas e as condições de estágio são atribuições da unidade formadora”, concluiu a professora.
Questionada sobre a orientação que o CRESS dá aos profissionais a respeito do estágio supervisionado, a presidente esclareceu que essa é uma atribuição privativa dos assistentes sociais. Contudo é necessário ter as condições técnicas e éticas para que o profissional exerça essa atribuição e forma qualificada, sem extrapolar a jornada de trabalho. “Acatar um estudante para estágio supervisionado é uma negociação que deve ser feita entre o profissional e a instituição que se propõe ser campo de estágio. Quando o aluno chega ao campo de estágio todas essas questões já devem ter sido amarradas”.
A fiscalização sobre o estágio supervisionado não é uma prerrogativa do CRESS. A normativa e diretrizes partem do Ministério da Educação. A ingerência do CRESS no assunto é quanto a quem o exerce, se profissional devidamente registrado ou se há questões éticas envolvidas. Em qualquer caso é necessário formalizar denúncia. Ainda assim o Conjunto CFESS/CRESS tem se debruçado sobre o tema e lançou campanha “Meia formação não garante um inteiro”, na qual defende a supervisão direta de estágio em Serviço Social, por construir uma relação indissociável entre formação profissional e o trabalho do/a assistente social, garantindo um/a trabalhador/a mais qualificado/a na luta por direitos da população.
A Assistente Social Nádlla de Sousa apresentou seu trabalho de conclusão de curso sobre o tema, destacando sua importância sobre no processo ensino-aprendizagem, mas sem considerá-lo um elemento autônomo.
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