FONTE: CFESS
Arte: Rafael Werkema (CFESS)
O CFESS lançou no último dia 4 de abril de 2025 o folder sobre Audiodescrição e Serviço Social. O guia prático, que conta com orientações para uma ação anticapacitista, foi publicado durante a primeira edição do ‘Seminário Nacional Serviço Social e a Luta Anticapacitista’.
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O material trabalha, de forma sintética, um recurso de acessibilidade comunicacional para pessoas com deficiência visual (cegas ou com baixa visão), deficiência intelectual e/ou neurodivergentes, que possibilita a descrição verbal de conteúdos e informações não verbais que estão acontecendo em um determinado local e momento.
Ao longo dos últimos anos, se tornou comum, junto às publicações do Conju nto CFESS-CRESS, avisos como "Contém texto alternativo" ou "Descrição da imagem".
Além disso, nos eventos e reuniões das entidades, participantes têm feito sua "audiodescrição", transformando em palavras aquilo que as pessoas com deficiência visual podem não ver.
"A audiodescrição possibilita também, por meio das palavras, a descrição de imagens estáticas ou em movimento, garantindo o acesso à comunicação e à informação, aos serviços e a uma experiência cada vez mais ampla e completa das vivências do cotidiano e da vida social para as pessoas com deficiência", diz trecho do folder.
Fazer audiodescrição é uma forma de enfrentar o capacitismo, compromisso ético da categoria de assistentes sociais, tendo em vista que o recurso é acessível e contribui para enfrentar as barreiras que pessoas com deficiência enfrentam, como a falta de acessibilidade e a discriminação.
Confira no folder os principais pontos na hora de fazer a audiodescrição, com dicas e exemplos. Um guia simples e fácil para uma ação anticapacitista!
Descrição do folder
Capa: Texto: “Audiodescrição e Serviço Social. Um Guia prático com sugestões para uma ação anticapacitista!”. Imagem: um fone de ouvido sobre as letras AD (de audiodescrição) e o símbolo universal de acessibilidade. Do fone, saem ramos de plantas em referência ao Código de Ética da categoria.
Contracapa: texto: “Audiodescrição é assunto para assistente social e garantia de acessibilidade comunicacional! Saiba mais em: www.cfess.org.br. Escaneie o código com seu celular para acessar o conteúdo desse folder de forma digital, com ferramentas de acessibilidade. Imagem: Cinco desenhos compõem a parte inferior do folder. No primeiro, ilustração de um girassol. No segundo, um homem, cego, negro, de cabelos crespos, barba cheia, com um blazer sobre uma camisa clara. No terceiro, duas pessoas se comunicando por meio da linguagem em libras. No quarto, a árvore símbolo da profissão. No quinto, uma mulher negra com mobilidade reduzida.
Página 1: texto: “O QUE É A AUDIODESCRIÇÃO? É um recurso de acessibilidade comunicacional para pessoas com deficiência visual (cegas ou com baixa visão), deficiência intelectual e/ou neurodivergentes, que possibilita a descrição verbal de conteúdos e informações não verbais que estão acontecendo em um determinado local e momento. A audiodescrição possibilita também, por meio das palavras, a descrição de imagens estáticas ou em movimento, garantindo o acesso à comunicação e à informação, aos serviços e a uma experiência cada vez mais ampla e completa das vivências do cotidiano e da vida social para as pessoas com deficiência. Por isso, a estratégia é chamada de audiodescrição, e não autodescrição. Portanto, a audiodescrição é o ato de transformar ou traduzir para áudio aquilo que se vê. Ao realizar uma audiodescrição, é preciso fazer escolhas das principais informações, dentro de um contexto que traduza compreensão para a pessoa com deficiência. "Audiodescrição é ver o mundo pelas palavras” (Felipe Mianes). Imagem: ilustração de uma mulher usando fone de ouvido, no estilo headset, sem fio.
Página 2: Texto:“POR QUE FAZER AUDIODESCRIÇÃO? Porque é uma forma de enfrentar o capacitismo! Para nossa categoria de assistentes sociais, a audiodescrição tem sido um recurso para superar as barreiras que pessoas com deficiência enfrentam, como a falta de acessibilidade e a discriminação. Ao viabilizar a audiodescrição de maneira comprometida e responsável, reafirmamos o nosso compromisso ético-político na defesa dos direitos das pessoas com deficiência. Nesse sentido, a audiodescrição é um compromisso político e de participação social. COMO FAZER SUA AUDIODESCRIÇÃO? Segundo Felipe Mianes, no artigo “A audiodescrição nos processos de ensino e aprendizagem na educação básica”, a descrição deve ser baseada naquilo que "a pessoa descritora acredita ser fundamental para a compreensão e fruição do usuário ou usuária”. Nesse sentido, qualquer imagem pode ser descrita e como será realizada essa audiodescrição envolve um processo de escolhas”. Imagem: Ilustração de um homem, cego, negro, utilizando fones de ouvido e fazendo leitura de um livro em Braille.
Página 3: texto: “Na descrição de si própria(o), é importante considerar os seguintes elementos: Cumprimente o público com e sem o microfone para que a pessoa que precisa do recurso da audiodescrição possa identificar a direção de onde vem o áudio ou a voz. Descreva o que é essencial enquanto recurso de acessibilidade das pessoas com deficiência e não apenas o que é essencial para autoafirmação política; Utilize linguagem simples, palavras e frase completas; Garanta objetividade e concisão; Evite clichês, piadas, adjetivos, sentimentos e não utilize expressões capacitistas; Comece pelo seu nome e instituição que representa; Descreva características pessoais (da parte superior para a parte inferior do corpo); Priorize, em média, 3 a 4 características pessoais (por exemplo: gênero, cor/raça, cabelos, roupas, possíveis acessórios e imagem do fundo); Caso realize uma segunda intervenção, não é necessário repetir a audiodescrição, apenas fale seu nome; É importante que o locutor ou locutora inicial descreva o local em que se encontra. No entanto, se permanecer no mesmo local, em uma segunda exposição, não será necessário repetir a descrição. Devem-se considerar os seguintes elementos: Identifique o local (exemplo: auditório, biblioteca, supermercado); Descreva características gerais deste local (formato, objetos/mobiliário e sua respectiva disposição no ambiente, quantidade aproximada de pessoas presentes no local e como se encontram neste espaço). Exemplos: Olá, meu nome é João Seso, sou assistente social do Cras, sou um homem cego, negro, de cabelos crespos, barba cheia, uso um blazer sobre uma camisa clara, estou sentado na cadeira no centro da sala de reuniões. Olá, sou Sofia Seso, assistente social do Cress, mulher negra com deficiência, cisgênero, lésbica, tenho cabelos cacheados, uso vestido e estou em pé apoiada por muletas”.
Conselho Regional de Serviço Social do Maranhão – CRESS-MA
Gestão "Resistir e Esperançar” – 2023/2026