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Em defesa das vidas negras!
27 de julho de 2020
ASCOM CRESS/MA

 

FONTE: CFESS

 

No Dia da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha, assistentes sociais reafirmam o compromisso da categoria no combate ao racismo.

 

(arte: Rafael Werkema/CFESS)

 

Um levantamento preliminar a partir dos dados coletados no Recadastramento Nacional Obrigatório, realizado pelo Conjunto CFESS-CRESS entre 2016 e 2019, aponta que 49% das assistentes sociais que preencheram o formulário se autodeclararam pretas ou pardas.

 

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD 2015) aponta 63% das mulheres brasileiras se autodeclaram pretas ou pardas.

 

De acordo dados publicados pela Agência Lupa sobre o Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2019, 61% das mulheres que sofreram feminicídio no Brasil eram negras.

 

Segundo matéria divulgada pela ONU Mulheres de 22 de julho de 2020, a pandemia do coronavírus tornou nítido o racismo, a violência e as desigualdades que impactam sobremaneira a vida das mulheres negras.

 

Hoje, 25/7, é o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha. Comemora-se nesta data também o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra, tornando o julho como o “Julho das Pretas”, período em que uma série de ações são realizadas para denunciar a violência e o racismo sofrido pelas mulheres, e para reforçar a luta por políticas em favor da vida das mulheres negras.

 

O tema de 2020 é “Em Defesa das Vidas Negras, pelo Bem Viver” e tem como objetivo evidenciar o debate sobre as políticas públicas de enfrentamento ao racismo, aos preconceitos e a todas as formas de violação de direitos, reafirmando o protagonismo e a participação das mulheres negras nos espaços políticos.

 

campanha de gestão 2017-2020 Assistentes Sociais no Combate ao Racismo colocou a temática na centralidade da agenda da categoria. Contribuiu para levantar reflexões sobre o trabalho de assistentes sociais com as demandas da população negra e, principalmente, incentivar práticas e ações antirracistas no cotidiano.

 

Nesse sentido, o dia 25/7 vem ganhando cada vez mais relevância na agenda da categoria, não só porque o combate ao preconceito é compromisso do Código de Ética dos/as Assistentes Sociais, mas porque a categoria lida com a temática cotidianamente e também porque as mulheres pretas e pardas são a maioria.

 

Mulheres negras correm mais risco na pandemia

Em entrevista para a Onu Mulheres, a assistente social Lúcia Xavier, coordenadora da organização Criola e integrante do Comitê Mulheres Negras da Organização, afirmou que a sociedade brasileira “não pode escolher sacrificar as mulheres negras nesse grave quadro de violência e violação dos direitos face ao impacto da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) no país. Queremos viver em um país democrático com direitos e dignidade. A solução das crises e da pandemia Covid-19 no Brasil, passa pela garantia de vida digna para as mulheres negras”.

 

Na mesma matéria, Nilza Iraci, coordenadora de Comunicação do Geledés e integrante do Comitê Mulheres Negras da ONU Mulheres, também destaca: “a pandemia escancarou que são as mulheres negras, pobres e periféricas as mais afetadas, pois além de estarem nas ruas e nas casas das patroas batalhando pelo sustento da família; enfrentando os cuidados com a casa, as crianças, os idosos, e os doentes e lutando por justiça, muitas vezes ainda convivem com a violência doméstica dentro de casa, que apontam índices alarmantes durante a quarentena”.

 

"Ou seja, não bastasse toda o tipo de violência e de violações, da condição de pobreza decorrente da expropriação, pobreza e desemprego, as condições de vida e saúde da população negra pioram ainda mais em decorrência da pandemia da covid-19, em que possui o maior percentual de contaminação pela doença e o número de óbitos aumenta, pois representa o segmento que vive e trabalha em condições que propiciam a contaminação", reforça a assistente social e conselheira do CFESS Dacia Teles.

 

Por isso, é fundamental que assistentes sociais, mesmo com o encerramento da campanha, mantenham a pauta no seu cotidiano continuem a promover ações de combate ao racismo, ainda mais nesta conjuntura em que a população preta e pobre é a mais vulnerável e atingida pela pandemia.  

 

 

Conselho Regional de Serviço Social do Maranhão / CRESS-MA

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